quinta-feira, 18 de setembro de 2008

As Três Gloriosas

Imagem do KAOS
Bom, há dias em que realmente eu tenho de jantar, e não posso imediatamente escrever sobre tudo o que de bom o KAOS produz. O Sr. Aníbal, que as pessoas agora tratam por Presidente da República, mas que eu, que sou distraído, quando oiço falar de "Presidente da República" tenho sempre de fazer um esforço, olho para trás, antes de me lembrar de que é, mesmo, o... Sr. Aníbal, está definitivamente enfiado na sua Máquina do Tempo, e quer-nos, à viva força, fazer recuar ao tempo da Mocidade Portuguesa e da sua "Estrudes" Thomaz.
O último disparate, se bem estão lembrados, é um solene apelo à confiança nos Tribunais, os mesmos que acabaram de pôr o Estado (nós), a pagar indemnizações a pessoas mais do que duvidosas, chamadas Pinto da Costa e Paulo Pedroso.
Inibo-me de tecer comentários sobre isso.
Recentemente, no "The Braganza Mothers", o Methateorique escreveu um texto lapidar sobre o Imperativo Categórico, coisa que, simplificada, é mais ou menos um "não faças aos outros o que não gostarias que te fizessem a ti", mas numa escala ética de ampla projecção social: "age sempre de modo que a tua acção possa ser encarada pelos outros como exemplar".
Um juiz que atribui qualquer tipo de indemnização ao Pinto da Costa não tem a mínima noção de que o seu acto, para além de estar abissalmente longe do Imperativo Catgórico é uma pura afronta contra o sentir comum da População Portuguesa, e, no clima que se vive, até mais uma acha para uma fogueira iminente...
O Imperativo Categórico, como já perceberam, está como o Lince da Malcata, no panorama Socio-Político do nosso actual chiqueiro: foi substituído pela Áurea Pragmática que diz "lixa o teu próximo, antes de que ele tenha tempo de te lixar a ti". Suponho que esta frase -- fez-se-me agora luz, irá ser um dos princípios notáveis que irá reger a Avaliação Docente do Ensino Secundário... -- mas reflictam vocês um pouco sobre isso, porque eu vou ter de seguir adiante.
Com pompa e circunstância, a Sarah Palin de Sócrates veio anunciar que as autarquias passavam a ter responsabilidades, ete. e tal, sobre o Sistema de Ensino, e para o pagode, que continua a ter habilitações baixíssimas, mais uns néons e holofotes, e uma valente carga de maquilhagem em cima da Bruxa da Educação, aquilo soou a dádiva.
Não é: trata-se de um presente envenenado a sub-sistemas de gestão local, e, em metáfora caseira, é o equivalente a eu bater à porta da minha vizinha, com um grande sorriso e as televisões atrás, a dizer-lhe, "Olhe, Dona Cesaltina, a partir do mês que vem, é a senhora que vai pagar as minhas contas de água e luz, e toda a gente vai ficar, à pala disso, a viver bués melhor no prédio", a Dona Cesaltina agradece, diz umas baboseiras para as televisões, apagam-se os holofotes, volta tudo para casa, e só a meio da noite, já com os rolos na cabeça, entre os roncos e os encostos do pénis curto e grosso, e semi-teso, do barrigudo do marido, é que ela acorda, em sobressalto, e percebe a desgraça que lhe aconteceu.
Parte do país está assim, e há parvos que ainda não perceberam o que aí vem. Foi dessa mesma forma que Sistema Inglês naufragou. Problema deles, e nosso, porque vamos apanhar por tabela, mas enfim.
Quanto ao Aníbal, que cada vez mais se confunde com as suas piores caricaturas, aparentemente teve uma "nuance", mas se calhar era só uma madeixa, que o oporia ao Tumor da Educação: ela diz que não queria 12 º Ano, suponho que a contar com o a-ver-se-te-avias das Novas Oportunidades, e ele disse que, afinal, até queria o 12 º.
Isso rapidamente se resolverá, quando Sócrates puser a sua Sarah Palin a dialogar com a Sarah Palin do Cavaco, a Ogreza do PSD, e descobrirem onde podem poupar mais uns centavos, se na Solução A, se na B, e ganhará a poupança do centavo...
Termino com a minha posição pessoal: todos nós conhecemos, ao longo da vida, pessoas notabilíssimas, que, quando questionadas sobre as suas habilitações académicas, as tinham bastante baixas, e daí saíamos surpresos. Há uma generosidade e uma compensação sociais que são inerentes ao Sistema de Certificação das Novas Oportunidades: por fim, conferem um Grau digno a quem soube aprender o melhor da Escola da Vida.
O reverso é tão sinistro como a Sinistra Ministra: é o "vocus populi" daquela gentinha que, volta e meia, solta a célebre frase "eu cá sei tanto como um doutor!..."
É verdade, sobretudo devido à qualidade de muitos "doutores" que campeiam entre nós. Para esses, a certificação das suas jactâncias é tão-só mais um pretexto para oprimir o seu semelhante e empolar um fraudulento sistema de hierarquias do espezinhamento, em que somos mestres e exímios catdráticos.
Consta que há escolas em que, no PBX, se houve, repetidamente, a pergunta "é de aí que dão diplomas de...?".
Suponho que as primeiras reacções das funcionárias tenham sido de indignação. Isso passa-lhes: o Imperativo Categórico triunfará, e, brevemente, assumirão um tom majestático de resposta: "É, sim. Quer um do Básico, do Secundário, ou da "independente?..."

(Pentágono, no "Arrebenta-SOL", no "A Sinistra Ministra", melancolicamente, não, no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e em "The Braganza Mothers")

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