quarta-feira, 25 de junho de 2008

Sarkozy: Mais vale suicidar-se do que ser suicidado...

Imagem do KAOS
Só dEUS e a defunta Irmã Lúcia sabem quanto eu adoro Sarkozy. Depois da Europa ter entrado na sua "berlusconização", ainda pensei: pronto, batemos no fundo, esquecido eu, de que desde os Evangelhos e Álvaro de Campos, quando há fundo, também haverá fundo do fundo, e ele aí veio, primeiro, Durão, e depois Sócrates, e, ainda, Sócrates em mau, na pessoa de Sarkozy.
Sarkozy é o mais perigoso político europeu, desde que um, com a mesma voz e bigodinho de Jaime Silva, aflautava, para multidões, o Fim da História, em Nuremberga...,
mas,
lá me desculparão, ainda terei de fazer uma pequena deriva pelo palheiro nacional. Desde que, em Guimarães, fundada quimericamente, pela Condessa Momadona (valente brochista devia ser, com um nome desses...), se juntou uma coisa chamada PSD que eu aprendi a dar valor à prata da casa. É sabido que sou um apaixonado das florestas tropicais, dos ambientes de permanente estio e floração dos perfumes, não naquela versão do para-turista-ver, mas na vertente de passar lá tardes inteiras enfiado, e mesmo à noite, quando os estranhos habitantes saem dos seus ninhos e começam a enorme polifonia da escuridão, deus meu, que riqueza, desde Messiaen, mas isto era uma deriva de quem está morto para se ir embora daqui, porque o que eu queria alegoricamente dizer é que Sócrates e os seus lacaios, aquela fauna menor, e exótica, no mau sentido, subitamente brilham, e até parecem vivos, depois de ver a Bruxa do PSD e o seu séquito de figurantes. Para ser mais explícito: vai, entre o horror presente, de Sócrates, e o horror futuro, de Ferreira Leite, a diferença entre um festim de piranhas vivas, e o ar com que as piranhas ficam, depois de dissecadas e empalhadas, no Aquário Vasco da Gama, por exemplo. Que diferença, deus meu, entre a Grande Galeria de Buffon, em Paris, e uma autêntica revoada de urubus, na Praia da Baía Formosa, e isto é só um pequeno comentário, porque, face a tal cenário, é mesmo melhor meter férias, aquando do ir à urna, em 2009. À urna do Sócrates já não vou, porque ele gosta; à da Ferreira Leite nunca irei, porque apanhava alguma doenças dos pézinhos e ficava com a coisa mirrada, só deus sabe, o meu pobre posto de trabalho na forma de algum penduricalho de múmia dos Andes...
Grave foi ter hoje um homem decidido matar-se, quando Sarkozy e a sua Du Barry embarcavam, depois de terem ido assegurar a Israel que aquela França aguerrida, e com interesses no Médio Oriente, estava... extinta. Para isso a enorme terraplenagem, assegurada pelo Tratado de Bilderberg, que, não fosse a Irlanda, prepararia, já em Julho, todo o Velho Mundo para ser um enorme aterro de aviões piratas dos Interesses Americanos e adjacentes. "Finita est" aquela diplomacia paralela, e algo desgastante, de "l'Hexagone" e da Alemanha, quando a América já sabia muito bem o que queria.
Duas vezes papámos a factura, e pelo mesmo motivo: nos Idos de 60, quando De Gaulle se preparava para negociar, com o Mundo Árabe, a venda do barril de petróleo, não em dólares, mas em divisas europeias, o franco, "pour quoi-pas?...", e eles nos chaparam, nos braços, com aquele imprevisível menino, chamado "Maio de 68"; a segunda, quando o Saddam decidiu fazer a mesma proposta aos seus con... não sei como é que se diz... pronto, países com a mesma Religião, a transacção do Petróleo, não em $US, mas em €. Toda a gente sabe o que sucedeu, a seguir...
Felizmente, isso acabou, a Europa, tirando a Irlanda, é agora mansa, desde o Plano para a Zona Ribeirinha (onde uns gastarão energia para fazer ondas em praias artificiais, enquanto outros se esforçam para ganhar energia, a partir das ondas... até pode ser a mesma, suponho que esse segredo é o que o escroque Júdice irá levar ao Parlamento, mas não contem a ninguém,.., schiuuu.. que ainda é segredo...) até aos Urais. Isso mesmo foi Sócrates dizer à Ucrânia, e parece que perguntou ao gajo como é que tinha sido envenenado, não venha a precisar de qualquer coisa de semelhante, para uma emergenciazita, e como Europa mansa, o futuro Presidente dos 6 meses cruciais, Sarkozy, que irá ter poderes com que o Führer nunca se atreveu a sonhar, foi dizer a Israel que podia avançar. Os avanços de Israel já nós sabemos: mal o barril tenha atingido o zénite, ver-se-á que a Economia nem colapsou, mas, tão-só, abrandou, e ABRANDAR é a palavra preferida do léxico de Bilderberg, depois de ESTABILIDADE, e Israel poderá avançar, como cabeça de testa da Guerra Suja: a limpeza das instalações atómicas iranianas é uma questão de tempo, e o Estado Enclave irá fazê-lo, mal desçam os calores do Verão, uns "raidesitos" aéreos, uma enorme poeira atómica na região, e, como A. C. Clark previu [até 2010] uma grande cidade do Terceiro Mundo será devastada nuclearmente. É indiferente qual seja, Islamabad, ou uma afim, no fundo, são tantas, e com uma população, tão, tão.. enfim, tão pouco Mc Donald's.
Aqui, para mal dos nossos pecados, entra uma frase hermética de Bush, onde a Estupidez, muitas vezes, se confunde com a opacidade dos oráculos. Algures, ouvi-o dizer que temia a união do Islão, em redor de um novo Califado (?). Se ele fosse tão imbecil e ignorante como os nossos Sócrates e Barroso, e falasse o Português, talvez pudéssemos pensar que confundira Califado com Alcatifa, e estivesse a pensar no seu futuro, depois de deixar a Casa Branca nas mãos de McCain. A realidade é que ele não fala Português, para além do seu coloquial inglês técnico fraquito, e a hipótese do Califado é sinistra: é ver um estado de crença muçulmana subitamente devastado por uma calamidade atómica, e os seus vizinhos unirem-se subitamente, numa aliança de indignação, recorrendo à paralisação da extracção do petróleo, a arma mais eficaz e imediata de que dispõem. Em condições normais, isso seria catastrófico, de modo que o Império da Imobilidade deciciu proceder a uma espécie de Ensaio Geral desse cenário, que é aquilo a que diariamente estamos a assistir: preços altíssimos do Barril, e o Mercado, pronto, lá vai sofrendo um bocadinho, mas coisa não pára cmpletamente.
É como aqueles mentirosos que nos contam uma mentira, bem debaixo dos nossos olhos, para ver se não descobrimos que é uma mentira, ou, usando uma velha máxima, a melhor maneira de esconder algo é pô-la bem à vista.
Ah, sim, já me esquecia... num cenário destes, vai morrer muita gente, e talvez por isso, aquele militar se decidiu suicidar hoje, bem debaixo dos olhos do criminoso Sarkozy. Deu-nos uma das melhores imagens televisivas "ever"...

a da putéfia da Bruni a galgar as escadas do avião. Ficámos a saber como é que se processa o sexo no Eliseu, quando eles fazem, escada acima-escada-abaixo, o número da enfermeirita que vai ser violada pelo médico abusador. Só faltaram os guinchos de hiena, quando é apanhada, a meio do corrimão...

Tenho pena do rapaz que se suicidou. Deve ter pensado que, ao soar o hino, mais valia matar-se do que ser enviado para a Morte, ou por outras palavras, suicidar-se do que "ser suicidado". Como eu o compreendo bem: já por duas ou três vezes na minha vida tive de optar por esse caminho.

Muito boa noite.

(Edição hexagonal no "Arrebenta-Sol", "A Sinistra Ministra", "Democracia em Portugal", "KLANDESTINO", "The Braganza Mothers" e "Twingly-Braganza Mothers" )

sábado, 21 de junho de 2008

Individualização e inibição da acção colectiva e da solidariedade no trabalho

A matriz de salários reduzidos, de qualificações baixas e o aumento da precariedade continua sólida pelo meandros do capital internacional.

Portugal, como foi em tempos assumido por um membro do Governo, é um país de mão-de-obra barata. Foi apresentado como "oportunidade"... Vá, venham, invistam aqui no nosso "portugali" que eles (a populaça que dá o litro para sustentar a cada vez maior minoria) já andam de cóqueras e com jeitinho ainda os pomos de joelhos.

Parece que, e segundo os que observam o fenómeno, Portugal não sairá desta "cepa torta" pelo menos até 2012. Agora digam-me, alguém tem por aí um comando para fazer forward e pular esta grande Mxxxx!!!

Não será já altura de exigir mudanças TODOS JUNTOS? TODOS? JUNTOS? ÃH?

sexta-feira, 20 de junho de 2008

Recolham as bandeiras e guardem os cachecois, desçam à Terra e enfrentem o País real

(nós adeptos, acreditámos, eles jogadores, nem por isso!)


Embora não partilhasse da euforia e "loucura" generalizadas em redor da Selecção Nacional, o meu desapontamento por termos sido eliminados do Euro 2008, é enorme. Contra a Alemanha a selecção até jogou bem mas não seguiu à risca aquele slogan engraçado que estava estampado no autocarro: "Este autocarro é movido a vontade de vencer". Também podemos arranjar a desculpa de que o árbitro do jogo num ou noutro lance foi tendencioso a favor dos alemães, mas não vamos por aí. Já sabemos que somos "pequeninos" e essa mesma pequenez por vezes sai-nos cara... Aparte disso, penso que a nossa selecção não mereceu o empenhamento, a dedicação, a atenção, o apoio, que o povo português lhes prestou desde este "cantinho" até Neuchâtel, passando ainda por Basileia. Como já escrevi acima, estou desapontado, esperava mais. Mas com o decorrer dos dias em que a nossa selecção esteve em terras suíças, fui assistindo através das notícias a episódios bizarros e recambolescos, desde o corropio de empresários de futebol no hotel onde a selecção estava instalada, à novela Cristiano Ronaldo-Real Madrid-Manchester United, passando pela saída de Deco a Barcelona para tratar de "assuntos pessoais", que deveriam ser tão urgentes que não podiam esperar mais, durante a prova do Euro-2008, até ao desrespeitoso anúncio da contratação de Scolari pelo Chelsea, em que o timming foi tudo, menos o ideal... Embora os jogadores nas conferências de imprensa tentassem disfarçar fazendo de conta que não atribuíam grande valor a certas notícias, e atiravam as culpas para cima dos "profetas da desgraça", leia-se jornalistas, notava-se em alguns profissionais de futebol um certo "brilhozinho" mercenário nos olhos, uma certa ansiedade de quem foi à Suíça passear (com tudo pago) e tratar da sua vida profissional futura, antes de partir para umas merecidas férias, em descanso. Seria esse brilho que Scolari via nos olhos dos seus pupilos, e a que uma vez se referiu numa press conference? Ele tem experiência na matéria... Pese embora, ainda, tentassem passar a imagem, de que o grupo estava blindado, imune e unido contra qualquer tipo de situação extra-Euro, que o grupo estava empenhado e decidido a trazer o "caneco" para Portugal, comecei a achar que aquelas declarações eram um exagero. (Assim como achei um exagero os festejos por cá, pelas duas únicas ocasiões que ganhámos os jogos, ainda na fase de grupos: Parecia que tínhamos reconquistado Olivenza aos espanhóis!) Certas situações que estavam a acontecer tinham que se reflectir e deixar mossa no grupo. Cheguei a comparar certos jogadores como certos políticos: Prometem muito mas cumprem pouco! Para além do discurso ser sempre o mesmo: Aquela conversa da treta, de circunstância! E pronto, tanto "profeta da desgraça" a agoirar, que vieram para casa mais cedo...
P.S.- À atenção do sr. Scolari: Eu sei que com o sr., o seu "afilhado" Ricardo tem lugar na baliza de qualquer clube do mundo. Portanto leve-o consigo, para bem longe daqui. Será um bom álibi e um sinónimo de uma boa compensação financeira para daqui a seis meses, quando o Abramovich "abrir os olhos" e ver o barrete que enfiou ao contratá-lo para treinador, e o despedir. Já agora, e não arranja também um "tachito" para levar também daqui para fora o sr. Madaíl?

Parabéns

No tempo em que festejas o dia dos teus anos, que sejas feliz. Não faças como os outros que dizem "já não faço anos". Só contam os dias. Ficam velhos quando ficarem. Mais nada.

Parabéns Menino de Metro e Oitenta

Deixo-te um presente...


quarta-feira, 18 de junho de 2008

Andante senza moto

Sr. Sócrates, só deus sabe o desprezo que tenho por si, não enquanto político, porque até faz bem o seu papel: veste-se como aqueles fácies aflitivos e retardados do Interior sonham, desde as botas de Salazar, presta-se bem às anedotas, nas quais somos exímios, e tem conseguido manter este país razoavelmente no lugar que ocupa, desde que deixou de poder pilhar os outros povos. Pior do que o desprezo do homem público é o desprezo que sinto pelo homem humano, aliás, desumano, porque você parece feito de um poliestereno reles, reciclado e semi-rígido -- não não tome isto como uma insinuação sobre o seu pendor anal, estamos mesmo a falar de matéria consubstancial, como se diria no Primeiro Concílio de Niceia, o plástico, que, em si, é o plástico de si, que se revela Natureza, e prolonga em Acto -- um poliestereno que só consegue despertar piedade.
Hoje, à hora do Buzinão, como sempre, eu estava onde não devia, e até lhe vou dar alguns dados pessoais: estava sentado diante da Comadre -- acho que é assim que se diz -- do Cônsul do Dubai, em Londres, sim, imagine, para o que me haveria de dar hoje..., e ela debitava-me uns argumentos que não sei se servirão à E-Ko, se ao Pedroso: O Dubai, e Oman, assentam, até à extremidade do território Persa (e suponho que Afeganistão incluso), num gigantesco colchão de gás natural, que os que têm meios SUGAM, e os que não têm meios vêem sugado. Parece que ao ritmo de cada quarto de casa com ar condicionado, poderá durar 5 anos... O Dubai é uma espécie de Brave New World, onde coabitam as coisas mais estranhas do Mundo, desde as visitas reles do Hermann José e do "marido", ao tal hotel de 6 ******, que a miserável Torre Vasco da Gama, tenta imitar em Lisboa, até aos endinheirados, que lá vão fazer todas as porcarias que o Corão os inibe de fazer nos seus estados atrofiados e medievais, que Israel, de quando em vez, com a América pela mão, tenta atirar para a frente, enfim, para uma frente que só convém a alguns, mas que é, "malgré-tout", um "aggiornamento" forçado.
Não é isso que me traz aqui: Sr. Sócrates, conhecido nalguns meios, pouco letrados, pelo "Engenheiro", gostava de que o senhor tivesse visto o que eu vi hoje, à saída do Metro de Sete Rios. Eram dois rapazitos -- eu sou mau a dar idades -- talvez entre os 12 e os 14/15 anos, que não estavam mal vestidos, naquelas librés coloridas, que tentam imitar a Guarda Suiça, mas em vermelho, com uns emblemas de colégios inexistentes, não percebi bem se aquilo era Feira do Relógio, se uma relativa abundância bruscamente colapsada. Um deles passou por mim, mas como a Mariazinha bem sabe, das várias vezes que comigo se cruza, perto ex-Pavilhão do Rei D. Carlos, geralmente levo o telemóvel na orelha, não porque goste, mas porque, infelizmente, ultimamente tenho tido uma sequência de matérias bem graves para tentar gerir, em simultâneo, e nem ouvi o que me disse, excepto... "50 cêntimos". Depois de aquilo me ter ficado no subconsciente, olhei para trás, e confirmei que eram mesmo dois, erráticos, e zanzantes, e, quando desliguei, voltei a passar perto, para tentar perceber o que era. O mais velho, com um buço tipo o da Ministra da Saúde, pediu-me ajuda para comer, eu disse que já o amigo, irmão, suponho, o tinha feito, e acabei por dar 50 cêntimos a cada um (Faz cá falta a Allegra Geller do Carvalhido, para dizer que se deveria passar imediatamente a mão pelo botão direito do rato, e ler claramente que se tratava de Pedofilia...). Não, não era Pedofilia: era uma bota que não batia com a perdigota, como se aqueles dois tivessem sido subitamente deslocalizados de um determinado patamar socio-económico e lançados na realidade do País das Maravilhas do "Engenheiro". Ainda me virei para trás, com toda a gente a ver, porque, nisso, já nos comparamos com a Europa -- ninguém pára.... -- e acrescentei: espero que não me tenham estado a mentir.
Sr. Sócrates: gostava de que tivesse ficado ao meu lado, com o seu ar de pessoa sensível, universalmente reconhecido, e os tivesse visto contar as moedas que tinham na palma da mão, para as meterem naquelas máquinas frias, e impiedosas, que costumam caçar dinheiro, para, de facto, tirarem... dois bolos. Cá do alto, e o meu alto é relativo, porque é a exacta Distância Zen do Mundo, eu já estava com mais duas moedas na mão, caso as máquinas falhassem: há certas expectativas que é impossível deixar defraudar, e nós temos de ser, nesses minuciosos instantes, os pequenos deuses locais "ex-machina", que devem assegurar o regular funcionamento dos fatais pormenores invisíveis.
Sr. Sócrates, não pode imaginar o peso que sobre mim teve aquele vidro, que separava os putos dos seus pequenos objectos de prazer. Deixe que lhe diga que, para si, uma besta exaltada, hipócrita e amaricada, capaz de vender a alma ao diabo em prol de uma magra "carreira política", sempre com a mesma desgastada aparência do fato que quer passar por caro, e talvez seja, mas não o inibe de ter a mesma penca de saloio, do merceeiro da minha defunta vovó, nem o sotaque das brenhas, que mostra que frequentou pouco as grandiloquências das vozes graves dos nossos poetas, Sr. Sócrates, até por isso gostaria de que tivesse estado ali, pudesse ter visto a minha camisa de linho azul, com 7 000 km de viagem, e que, como os seus fatos -- vamos a medições, cão, por cão, cão e meio... -- daria, pelo valor, para esvaziar a vitrina inteira. Eu sei que um pensamento destes nunca lhe passaria pela cabeça, nem a si, nem a mim, mas hoje passou-me mesmo, pelo meu remorso pessoal, da facilidade com que eu satisfaço um capricho e que levou a que aqueles putos-do-deus-dará tivessem de andar a contar cêntimos, para poderem cumprir um pequeno sonho. Para si, não há pequenos sonhos, há pesadelos extensíveis e retrógrados, que insistem em ter o rosto das centésimas, mas tudo isso é falso: a infelicidade que o Sr. conseguiu, nos seus três miseráveis anos de Governo, estender a uma população inteira é indescritível, e não tem fronteiras nem perdão... e, ah, sim, não se vá já embora, porque que ainda lhe quero contar o resto... Depois de cumprido o pequeno milagre, aqueles filhos dos homens, ora condenados a serem sombra de gente, avançaram para mais um acto do Enorme Descampado em que o quotidiano se lhes tornou, erraticamente quebrado o galho do mundo frágil em que teriam vivido. Se quer que lhes diga, na manhã deste Buzinão, algo deve ter colapsado irremediavelmente no seu pequeno mundo, e os pais, que, na véspera ainda poderiam ter cumprido o ritual dos pólos de marca, talvez tenham deixado cair a brutal sentença do "hoje não temos mais dinheiro para vos dar...", vá, eu sei que dói, mas oiço ainda o resto: depois do bolo, passaram pelo café da esquina, onde pára o homem comum, e pediram, cada um, um copo de água, e -- eu vi! -- pediram à brasileirita do balcão, se podiam despejar lá dentro um dos pacotes de açúcar do café (!), e despejaram, e beberam. Como sabe, isso faz bastante mal à saúde. Brevemente irão fazer as Provas do 9º Ano, onde a execrável Bruxa que você insiste em chamar de Ministra tanto aposta, e irão ter o sucesso que se imagina, como, brevemente, estarão aptos a utilizar todos os quadros interactivos do mundo, e a comunicar a Realidade por teoremas e estrofes de Camões. Não era esse todavia o rumo do resto do seu dia: com a casa destroçada, todo o Mundo se lhes tornava numa Rota de São Brandão, e avançaram, quaisquer navegadores da Terra Incógnita, para afrontar a barreira seguinte, porque, para aqueles que nada têm, tudo é, subitamente BARREIRA, e atravessaram a cancela do Metro, muito colados a alguém que tinha enfiado o bilhete na ranhura... Do outro lado, já se erguia o olhar severo da vigilante, porque, neste país execrável que você construiu, há uma metade que sofre e outra metade que vigia, e pune, os que sofrem. Ainda parei, não fosse a funcionária interpelá-los, e eu ter de interpor a caução de cobrir mais aqueles bilhetes na direcção de um qualquer Desconhecido.
Gostava de que tivesse estado ao meu lado, Sr. Sócrates. Perdi, ou ganhei, como queira, nisto tudo, meia hora do meu fim de dia, e fi-lo friamente, nada comparável com aquele seu esgar de comoção, que acompanhou a assinatura, nos Jerónimos, com a outra tarada a gemer, desafinada, daquele texto, tão importante para a sua "carreira política".
Deixe que lhe diga que eu, refinadíssimo filho da puta, que por si nutre a maior indiferença política, e o maior desprezo, enquanto nascíturo humano, é por estas e outras coisas que ainda me animo a escrever aqui, diariamente, todas as provocações, e vos marco, com selo de fogo, toda a indignidade da vossa imensa agonia, a que chamam "governação". Isto Sr. Sócrates, era taõ-só uma pequena amostra urbana do gigantesco desastre para que conduziram Portugal.
Gostaria de que tivesse assistido a isto comigo, o Sr., no seu "Armani", eu, na minha caríssima "Richard's", com a diefrença de que você talvez não tivesse visto nada, e eu estivesse, com a minha pena, a grafar-lhe já um sinistro epitáfio: "Esta é a minha ditosa Pátria, diariamente em ti vaiada..."

sábado, 14 de junho de 2008

Irlanda: bruta rasteira no Tratado de Bilderberg

Imagem do KAOS
Por espantoso que pareça, depois de um glorioso "Dia da Raça", tivémos um ainda mais glorioso dia do Estampanço. Em 1830, Carlos X foi deitado abaixo, nas "Trois Glorieuses", mas os tempos são agora outros, e os Espantalhos de Bilderberg, como não têm ossos, nem dignidade, nem qualquer tipo de verticalidade, iriam precisar de "centaines de glorieuses" para serem deitados abaixo. Por mim, podem ficar: são como musas, e inspiram-me os melhores textos.
O primeiro bloco do encómio vai para o Povo da Irlanda, velha raça celta, e pátria de três dos mais brilhantes aforistas, cínicos e génios da Literatura Séria, Wilde, Shaw e Joyce. Gosto de pensar que tenho um pouco de cada um deles, e isso deve-se, certamente, a também estar entalado num recanto periférico, e estagnado, da velha Europa.
A Irlanda, hoje, provou que é possível devolver a Europa aos Cidadãos, retirando-a das garras dos fabricantes de futuros lassos, e entregando-a, de novo, à incógnita da Dúvida e da necessidade de reflexão. Os "fora" irlandeses, um dos países que, brilhantemente, "deu o salto", dentro da Família Europeia, imediatamente se encheram de textos de felicitações de todos os cantos do Hemisfério Civilizado, América incluída, e, curiosamente, caso lá queiram ir verificar, há um enorme cepticismo contra aquela "Coisa", equivocamente chamada "Tratado de Lisboa", que ninguém, no seu estado normal de sanidade mental se deu ao trabalho de ler, mas que, com a intuição e a gravidade que nos concedem milénios de maturidade continental e histórias atribuladas, sabe estar cheio de rasteiras, daquelas mansas, que se abrem quando menos se espera...
A minha expectativa cultural, política e económica é muito escassa: sou um mero cidadão europeu, residente em Portugal, futura região autónoma da Galiza, com Alcalde y tudo, a morar numa cidade que se desfaz por todos os lados, ao ponto de se terem de tapar as rachas, os rebocos desfeitos e os acabamentos precocemente envelhecidos com muitas bandeiras herdadas das festividades da República. O pior é quando chove a a bandeira fica reduzida à haste, e toda a desolação reemerge, impante e fatal, para nosso desconsolo de olhar sofrido e comum...
O segundo encómio vai para o KAOS, que andou, tal qual eu, na zona do não-vale-a-pena-mesmo-batermo-nos-por-mais-nada, e, de repente, camionionistas, o Saloio de Boliqueime, mais o Saloio da Cova da Piedade e o Saloio de Vilar de Maçada começaram a tremer nas perninhas de Pastéis de Tentúgal, e a coisa começou a transbordar.
Começou... e começou é uma das palavras mais frágeis que conheço. Eu, Iluminista, e por consequência, Europeísta, dou, de repente, comigo a celebrar estridentemente o fracasso de um pretenso "avanço" da Construção Europeia. Pois, mas a verdade é que, entre dois ou três meses, num súbito acelerar da porcaria, me chegaram subitamente rumores das tais alíneas que ninguém leu, mas LÁ ESTÃO, e vou exemplificar-vos: uma, central, é a da destruição do Sistema de Ensino. Paira no ar que Portugal poderá ficar medusado num patamar académico que não lhe permitirá dar mais do que Licenciaturas (de Bolonha), e os Mestrados e Doutoramentos vão ter de ser tirados... lá fora. Cá dentro, com a destruição da Coluna Vertebral da Formação mínima, arriscamo-nos -- e um dos grandes canalhas associados a isso é o escroque Valter Lemos, o da Reforma do Sistema de Macau e das golpadas dos Politécnicos... -- a poder apenas fazer a formação de "profissionais", gente habilidosa de mãos, para tratar de canos, instalações eléctricas, montagens de "Meo"s e "Netcabos", arranjo de motores de alta cilindrada, e acompanhamento de velhinhas alzheimerizadas, mas com brutas contas em certos bancos sérios... O resto vai para os colégios da fradaria e para aqueles que não sendo da fradaria têm nomes de Santos e geram a perpetuação das elites. Sem ofensa, ou.... aliás, com ofensa, não é por acaso que o Clã Soares anda a ampliar o seu "Colégio Moderno", bem para cima das velhas árvores da mamada, na Alameda do Campo Grande. Fosse viva a Amélia das Marmitas, e havia já grande escândalo de muleta, lá à porta, ó, se havia...
Em França, parece, já se sonha com percursos formativos alternativos, como as maravilhosas Novas Oportunidades, mas até coisas mais arrojadas, como dar diplomas em gares de metro e comboio, estações de serviço e átrios de Centros Comerciais (!). Para quem pensa que estou alucinado, pesquise.
A parte seguinte é ainda melhor: aparentemente, tudo eram favas contadas. Os Bilderbergers, depois de terem fingido que se iam reunir em Atenas, estiveram, afinal, muitos caladinhos, concentrados, há uma semana, perto de Washington, D.C., "Caput Mundi", para mostrar que a coisa, desta vez, ia mesmo arrancar para o duro. Com o indispensável Balsemão, seguiram "the next-ones", António Costa e Rui Rio, o que nada deixa de bom para os palhaços que os antecederam, um dos quais, ainda no lugar de Primeiro-Ministro da Bandeira de Conveniência Portugueses. Dia 1 de Julho arrancava a duvidosa Presidência Francesa, com Sarkozy, o mais perigoso de todos os políticos europeus, à frente.
Estes cavalheiros não brincam em serviço, e mandaram um dos nossos, ainda mais saloio do que os anteriores, para Saragoça, inaugurar o que se apresenta como uma festa, mas, curiosamente, é tudo menos uma festa: é a Expo-2008, cujo tema é a ÁGUA -- ouviram bem?... a Água -- que, depois da especulação sobre o preço dos combustíveis e dos alimentos, vai ser a próxima fronteira de especulação que esses filhos da puta, que estão a desmantelar a nossa parca felicidade, irão abrir. Suponho que o Bimbo de Boliqueime nos tenha representado decentemente, já que sobre o Referendo Irlandês "ainda não tinha opinião (!)", aliás, como dizem os homens do táxi, a única opinião que ele alguma vez terá é de que está à espera do fim do seu 2º Mandato, para levar mais uma reforma para casa. Não será com o meu voto, aliás, como nunca, em circunstância alguma, seria. Falta-me saber se a Maria, como noutras ocasiões, foi beijar a mão (!) da Rainha Sofia...
O grave, no meio disto, é mesmo a Água.
Já se imaginou, mergulhado num sistema, onde será levado a matar o seu vizinho, por causa de um copo de água?... Pois é o próximo "virtual/real game" para o qual você vai ser convidado, mansamente, sem que disso se aperceba, e com o tema a entrar "naturalmente" pelos meios de Intoxicação Social. Espere só que toque a sineta do tema, que nisso eles serão lestos, assim como você desconhecia que Bilderberg estava reunido em Washington. Malhas que o Império tece, e continuará a tecer.
Célebre ficou a frase, naquele ridículo debate parlamentar, entre a Moça de Vilar de Maçada e Senhora de Mota Amaral. Não havia debate: era um trocar de rosas, entre duas madames, com os mesmos gostos em tudo -- e aqui vou entrar nas inconfidências, mas, de vez em quando, tem mesmo de ser, lá me desculpem as fontes do Protocolo de Estado, de onde vem a informação... -- incluindo o tipo de enfarda... perdão, guarda-costas, sólidos, bem desenhados e capazes de esconder um segredo. Aliás, o debate era tão musical, e com aquelas vozes tão bem timbradas no feminino, que só me faziam lembrar o Duplo Concerto de Brahms, com a Tinhosa de Vilar de Maçada a fazer o timbre do violino mal contido, e a Virgem das Ilhas a do violoncelo já com os "esses" muito abertos e esgaçados, uma longa vida dedicada à Harmonia..., e foi mesmo nesse enlevo de alma, já a deixar antever o Centrão Seguinte que a "outra" se descaiu com "o Tratado ser muito importante para a sua carreira política..." Como mantemos uma relação amorosa muito profunda e antiga, imediatamente reportei o facto na "Wikipédia", como poderão confirmar no texto, e depois no "histórico" das alterações. Suponho que ele me irá agradecer eternamente, mas eu também lhe agradeço eternamente muitas coisas que impiedosamente tem feito a 10 000 000 que, como eu, estamos confinados à Cauda da Europa, e aos rasgos de humor da sua miserável soberba. Até a Câncio, essa insólita pendureza do nosso imaginário ali veio à baila...

Que se foda.
O ensaio geral das 65 (!) semanais avançou logo, e ainda nem o Tratado de Bilderberg estava em vigor. Sabe Deus que eu não sou do Bloco de Esquerda, e ainda mais sabe Sócrates que tem em mim um dos mais ferozes franco-atiradores contra a sua mentira, porque fui dos enganados que o pôs lá... Acontece, e paga-se, mas de ambas as partes, ó, se paga.
O carinho seguinte vai para os Sindicatos, que, como já aqui referi, estão incluídos, numa das oclusas alíneas do Tratado de Bilderberg, hoje chumbado pelos Povos Livres da Iralanda, não como representantes das classes que deveriam defender, mas como "cooperantes com os Governos". Procure, se quiser, e leia a Realidade recente, se tiver dúvidas...
O resto é o conselho de um espírito livre, Europeu, Português, na plena posse dos seus direitos cívicos, e com talento para a escrita, como é publicamente reconhecido: Sr. Sócrates, a quem tratam, piedosamente, pelo "Engenheiro", o Senhor já saiu desta arena muito debilitado politicamente, aquando do vexame da sua "Licenciatura", que tentou apagar da "Wikipédia", mas lá ficou, estigmatizada para sempre, como uma vergonhosa marca de fogo, indigna de um Chefe de Governo Europeu. Se tivesse vergonha na cara, demitia-se JÁ, como consequência do fracasso da jóia da coroa da sua carreira política (!), mas sei que vai continuar, por isso, lhe deixo aqui o conselho, maduro, pensado e lapidarmente escrito: o seu Ministro Amado, também conhecido, em certos meios, pelo "Homem da América" (a invenção não é minha, é dos tais... meios...), teimoso e ridículo como você mesmo, a galope daquele ser indescritível que preside à Comissão Europeia, defendem a continuação da ratificação do Tratado de Lisboa.
Estamos plenamente de acordo, mas, para que se cumpra a Europa da Cidadania, e se veja, se, por acaso, ela confirma, ou infirma, os objectivos da Europa dos Interesses, essa ratificação deverá passar a ser feita, um a um, nos restantes países, não em Parlamentos herméticos, mas Referendo a Referendo, para que possamos ter uma visibilidade final.
Muita boa noite, e parabéns por mais esta sua derrota.

sexta-feira, 13 de junho de 2008

Santo António

"Que seria de mim meu deus/sem a fé em António/a luz desceu do céu/clareando o encanto/ da espada espelhada em deus/viva viva meu santo/saúde que foge/volta por outro caminho/amor que se perde/nasce outro no ninho/maldade que vem e vai/vira flor na alegria/trezena de junho/é tempo sagrado/na minha bahia/António querido/preciso do seu carinho/se ando perdido/mostre-me novo caminho/nas tuas pegadas claras/trilho o meu destino/estou nos teus braços/como se fosse/deus menino"

J. Velloso in Brasileirinho de Maria Bethânia

120 anos de Pessoa

"Se, depois de eu morrer, quiserem escrever a minha biografia,
Não há nada mais simples.
Tem só duas datas --- a da minha nascença e a da minha morte.
Entre uma e outra todos os dias são meus.
Sou fácil de definir.
Vi como um danado.
Amei as coisas sem setimentalidade nenhuma.
Nunca tive um desejo que não pudesse realizar, porque nunca ceguei.
Mesmo ouvir nunca foi para mim senão um acompanhamento de ver.
Compreendi que as coisas são reais e todas diferentes umas das outras;
Compreendi isto com os olhos, nunca com o pensamento.
Compreender isto com o pensamento seria achá-las todas iguais.
Um dia deu-me o sono como a qualquer criança.
Fechei os olhos e dormi.
Além disso fui o único poeta da Natureza."
Alberto Caeiro

53% disse NÃO

O PM Irlandês está embaraçado, apostou politicamente no "sim". Espera agora conversar com os seus colegas...
O Tratado De Lisboa está morto.
Está liquidado.
Em 2005 a França e a Holanda já tinham chumbado.
Crise.
A União Europeia não está coesa. E agora?
Absorvam o impacto...
O projecto europeu não avança. O "nosso" José Sócrates está desapontado. Oh!!!!
Não me digam que não respeitam os resultados?
Durão Barroso diz que o tratado não está morto????? E pior, diz não saber qual é a solução quando lhe perguntaram por ela...

Ireland says «No» to Lisbon

Viva a Irlanda!

terça-feira, 10 de junho de 2008

Do Buzinão, de Cavaco, ao buzininho da Menina e Moça do Héron-Castilho

Imagem do KAOS
Pena o KAOS estar de baixa fraudulenta, porque vou ficar sem Realidade para comentar.
Já me avisaram que, para que estivesse a passar na "SIC-Monhé" o que tem estado a passar, é sinal de que a coisa é mesmo muito complicada, e nem o Patrão de Bilderberg, controlador-mor da informação em Portugal (a tal do Futebol, Fátima e ganidos da Marisa), a consegue deter.
As últimas boas-novas, vindas de Aveiras, é que, a continuar esta cena, o Aeroporto de Lisboa ficará inoperacional já na quarta-feira, coisa insustentável, para quem precisa de traficar armas, trazer os rapazes de Cuba e a "branca" nos porões. Sinceramente, é-me mais fácil acreditar nas visões da Jacintinha do que num país de Economia Paralela paralisado. Algures, alguém irá ter de improvisar umas lanchas de alta velocidade, para abastecer os mercados da Noite, senão a Noite, a "Night", apaga-se, e é um horror, as putas no desespero, os árbitros comprados sem travecas para pagar, o tráfico das armas interrompido... não, tudo isso me dá calafrios, porque era o fim da nossa Bandeira de Conveniência, aquilo que tanto nos gemina com a Libéria, o Liechstenstein e o Panamá... não, façam isso, mas, por favor, nunca, nunca, no dia 10 de Junho!...
10 de Junho, ficámos hoje a saber, pelo Saloio de Boliqueime, é o dia em que se devem louvar os empresários que triunfaram... lá fora. É um magnífico exemplo, no momento exacto de depressão em que o país está. Triunfe, mas não aqui. Para ser coerente, o Bimbo da Bomba devia ter ido discursar isso em Miami... e não voltar. A Maria até fazia lá um sucesso, nas praias, com uma carrinha de duas rodas, e um megafone, a vender picolés, como no Morro de São Paulo, Bahia...
Voltando ao momento político nacional, e ao desânimo que com o KAOS partilho, só me lembro de uma certa carta que escrevi ao nosso vizinho, António Balbino Caldeira, ainda não tinha estalado o escândalo do processo da Desvairada contra ele (processo que teve hoje sessão, como poderão ler aqui, com Paulo Pedroso, o das operações aos sinais, e o mesmo do bancocorrido.blogspot.com, a arrolar como testemunhas os seguintes figurões:

o primeiro-ministro José Sócrates
o presidente da Assembleia da República Jaime Gama
o ministro José António Vieira da Silva
o presidente da Câmara Municipal de Lisboa e ex-ministro António Costa
o ex-presidente da República Mário Soares
o ex-presidente da República Jorge Sampaio
o candidato a Presidente da República Manuel Alegre
o ex-primeiro-ministro António Guterres (Alto Comissário do UNHCR)
o ex-presidente da Assembleia da República António de Almeida Santos
o deputado e ex-ministro José Vera Jardim
o ex-ministro e ex-secretário-geral do PS Eduardo Ferro Rodrigues
o ex-secretário de Estado José Manuel Simões de Almeida
o ex-bastonário da Ordem dos Advogados José Miguel Júdice)
Suponho que uma pessoa destas seja como os McCann: com um tal plantel, a inocência salta logo à vista,
mas,
voltando à vaca fria, talvez não fosse má altura de reler a carta que lhe enderecei, e podem fazê-lo, se gostarem de documentos premonitórios.
Vem tudo isto a propósito do que está a acontecer em Portugal: Sócrates é fruto e equívoco da nossa acção nas urnas. Para as pessoas com um mínimo de decência e sensibilidade, isso não se repetirá. Sócrates saiu das urnas, é pelas urnas que deverá sair, ou, caso o queiram, fazer cair na rua. O papel dos Blogues não é fazê-lo cair... nos blogues. Isso soa a "plof". Nós meramente lançamos as pistas, e a Sociedade Civil e as Instituções é que devem reagir. Aparentemente -- porque NADA do que passa nas televisões me parece credível -- o Boneco de Plástico está debaixo de bombardeamento intenso.
Só acredito se o vir desmantelar-se, debaixo dos meus olhos.
Bilderberg, a horrível máquina infernal, já tem os olhos postos na sucessão, algures entre Rui Rio e António Costa, o único com estatura intelectual para fazer frente ao flagelo, um "operacional", com contactos, como o provou neste célebre vídeo de tentativa de "abafamento" do "Casa Pia".
Quanto à nossa Viciosa de Vilar de Maçada, a banhos em Argel, continua a dizer que nada a afecta, sobretudo números. Tem razão, quando o cozinhado já está mesmo cozinhado e tudo são simples sobressaltos de aparência, é natural que os números a não preocupem. Foi numa dessas tardes que Maria Antonieta veio à janela, acordada com os gritos de gentes -- e não sei se seriam 200 000 -- a pedir pão. A célebre resposta efabulada do "então que comam brioches..." poderia cair mal na boca da Menina do Herón-Castilho, não fossem os Portugueses confundir brioches com outros pratos da dieta da fragilizada "moça"...
Por mim, custar-me-ia imenso ver a "Engenheira", levada em braços, do seu Trianon do Héron-Castilho para um enclausuramento, na residência oficial de São Bento... Coitada, parece-me já ver vir a Câncio atrás, a berrar que lhe não levassem o marido, qual marido, m'lher, o marido ficas com ele escondido debaixo da cama, e quemete levam é a "esposa", a tua "esposa", unida, de facto, mas em Cristo.
Meu Deus , 90 000 camionistas, e todos cheios de gasóleo, iam-lhe deixar o fato Boss todo manchado, e a "garagem" arrombada para sempre...
Pena não ir ser assim: os 90 000 irão fazer companhia aos 100 000 professores e aos 200 000 da Precaridade, Bilderberg rules, e isto tudo não irá passar de mais uma das minhas fábulas nocturnas.

sábado, 7 de junho de 2008

A hipocrisia do Final dos Tempos

Imagem do KAOS e dedicada à E-ko, mais as charangas (quando voltam?...) e à nossa nova colaboradora a "Espectadora Atenta"
Hoje aconteceu um fenómeno que, em Astrologia, creio, se chama "conjunção": geralmente inspiro-me na imagem do KAOS, e construo o texto; hoje, no texto, não direi muito mais do que aquilo que o Kaos já resumiu.
Aparentemente, uma central sindical, chamada CGTP, conseguiu pôr na rua 200 000 pessoas inquietas. 200 000 pessoas não são nada: são o punhado de corajosos que, finalmente, resolveu vir para a rua dizer o que todos, excepto os traficantes, a ralé do Futebol, os Juízes que o 25 de Abril nunca substituiu, os traficantes de armas, drogas, corpos e plutónio, enfim, todos os que transformaram Portugal numa bandeira de conveniência e mantêm a Economia Paralela, pensam e sentem.
No famigerado Tratado de Bilderberg, por equívoco, conhecido como de Lisboa, está previsto (têm de procurar a alínea, porque não me apetece...), que "os sindicatos serão colaborantes com os Governos".
Acho uma ideia maravilhosa: os sindicatos deixam de representar as classes que representam, e funcionam como aquelas pipetas das panelas de pressão, para evitar que a tensão social suba muito. O pessoal vem para a rua, grita umas coisas, e os Vieiras da Silva, os Sócrates e as Marias de Lurdes Rodrigues ficam impavidamente nos seus lugares. Esses maravilhosos sindicatos já conseguiram deitar pelo cano abaixo 200 000 opositores ao Pseudo-Tratado Europeu, 100 000 Professores, e estes 200 000 de ontem, suponho que sejam uma oferta pessoal para a bimba da Maria Cavaco Silva poder pôr, lá em Belém, ao lado dos santinhos, e com um náperon, por baixo.
Neste jogo, de sístole/diástole, irá passando a lesgislatura, e, quando a legislatura acabar, também já estará "solucionada a solução": ou virá, limpinha, outra Maioria Absoluta, porque o Português, masoquista, adora levar nos cornos, e, se for em conjunto, tanto melhor, ou já estão asseguradas as evoluções na continuidade: à Direita (que é isso?...) em conjunto com a Bruxa do PSD, e à Esquerda (que é isso?...) com o folclore do Alcoólico de Anadia.
Pelos Ministérios, pelo menos, por aqueles que frequento, todas as "tias" minhas amigas vão direitinhas, quer do PSD, quer do PS, e até do CDS, direitinhas, dizia eu, para o PCP. Há ainda umas almas equivocadas que farão o jogo do Bloco de Esquerda, mas o Bloco de Esquerda está para Portugal como Obama para a América: é um patético rosto do Fim.
O texto, hoje, é breve, porque o heterónimo "Arrebenta" anda a sofrer com algumas das tarefas ciclópicas que o seu criador, o ortónimo, tem pela frente. A Blogosfera é interessante, mas temos coisas sérias para fazer. Escrevo este texto com a dedicatória que tem acima, mas na realidade ela é bem mais vasta: destina-se a todos os que, diariamente, sentem a minha falta. Pois eu também sinto a vossa...

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Porrada neles!

Descarregue a sua raiva espancando o seu político de estimação:


nota: Só é pena não estarem disponíveis alguns políticos portugueses.

O Pesadelo de Gerôncio

Imagem do KAOS
Como já várias vezes disse, ando numa fase de fazer pouquíssimo humor. O humor faz-se quando não nos arriscamos a ir ao fundo com ele, e estamos, precisamente, nessa fase de barco e ratos irem parar, em bloco, à cova lodosa desta plataforma continental da Cauda da Europa.
Algures, aí para baixo, o quink644 diz que Sócrates e Ferreira Leite seria o pior cenário possível. É possível, mas nunca pratiquei bruxaria para tentar analisar, a fundo, todos os outros, portanto, vamos ficar com essa tirada do quink, e imaginar que anda no ar o fedor do Centrão.
Todavia, há uma centelha positiva, e vamos a ela: pela primeira vez, na História do Portugal Recente, existe uma mulher que assume a chefia de um partido proeminente, e de aqui, da bancada da mais profunda oposição, lhe dou, a ela, e ao P.S.D., os sinceros parabéns. A seu modo há, nesta eleição, uma pedrada no charco, só que o charco ainda é o Pântano do Guterres, mas depois de mais meia década de apodrecimento. Qualquer dia, só aqui sobreviverão aqueles vermes das profundezas, sem olhos, olfacto ou paladar, e que funcionam por apalpão, salvo seja.
O segundo ponto positivo é que quem convida para jantar deve pagar o jantar, e Ferreira Leite, mediana, canhota, somítica e sem qualquer aspiração a altos voos, foi a inventora do desastre recente português, melhor, não do desastre, mas do seu tornar público. É a Madona do "Deficit", a Nossa Senhora do País de Tanga, e a Poupadinha do Colchão: tivesse umas botas, um chapéu, e uma coisinha murcha pendurada entre as pernas, e seria a Maior Portuguesa de Sempre, a Vacona de Santa Comba Dona.
Para o Cavaco, que, quando ainda não estava senil, lhe deu o justo chuto no cu, que merece qualquer incompetência financeira -- e, logo a seguir, a Pasta da Educação, a única que... não, uma das duas únicas, a par com a da Cultura, que pode ser ocupada por qualquer um -- esse mesmo Cavaco, que já não aguenta as águas entre os dois extremos do Palácio de Belém, e teve de mandar construir um mijadouro a meio, não fosse pingar-se todo pelas calças de manequim dos anos 50 da Rua dos Fanqueiros abaixo, esse mesmo Cavaco apadrinhou-a, de novo. Há uma fase na nossa vida, em que desaparecidas todas as grandes figuras do regimento, os bêbedos, aos pares, amparam-se, pelas esquinas, a contar velhas histórias, de peixes de 50 quilos, e de gajas que davam umas baldas, e coisas afins.
A esta hora, entre dois copitos de moscatel, o Aníbal da Bomba e a Bruxa do P.S.D., que parece uma daquelas múmias incas, empalhadas, mas com um chuto nas nalgas, para endireitar as espondiloses e fingir que está de pé, devem estar a rememorar o glorioso passado em que fizeram ir pelo cano abaixo os Fundos Estruturais, os dinheiros das Privatizações, e os Orçamentos Assim-Assim, em que a gaja se enganava toda nas vírgulas e nos zeros, e nós mergulhámos nos maiores "deficits-ever", da Cauda da Europa. Felizmente que a memória é curta, em Portugal, excepto para os golos do Quaresma.
Dizia-me o Paulo Pedroso que, para o bem e para o mal, mais de esquerda, ou mais de direita, todos os governos desta terra estéril tinham sido keynesianistas, ao que lhe obstei que até era verdade, só com a pequena ressalva de que o keynesianismo clássico pressupunha um saudável desequilíbrio deficitário, como função de motor de desenvolvimento. O Keynesianismo Português, como não podia deixar de ser, acabou em carros de brutas cilindradas, em salários chorudos para administradores incompetentes e respectivos gabinetes de amantes de todos os sexos, ou em puro desfalque do Erário Público, mas, pronto, contas feitas, também fomos keynesianistas, assim como também fomos à Lua, através daquela bandeira americana que lá ficou, feita pelas hábeis mãos analfabetas das bordadeiras lusitanas, que cantavam as janeiras, enquanto desenhavam as estrelas da Federação.
No meio disto tudo, só me apetece dizer palavrões. Há uma cor, que creio ser a pior de todas, que a é a cor do burro quando foge. Chegámos, em política, ao cromatismo do Burro quando foge, ou seja, nunca se viu, que me lembre, cenário tão pardo.
Quanto ao Zé Povinho, coitado, já tinha uma Oposição à sua Felicidade, chamada José Sócrates. Com a eleição de Ferreira Leite, passou a ter duas oposições, em simultâneo. Somos um povo de sorte, e até nisso somos diferentes, vá, meninos, toca de ir a Fátima acender uma velinha, que vos saiu, ao mesmo tempo, a Sorte Grande e a Aproximação...
(Quadrado editado no "Arrebenta-Sol", no "Democracia em Portugal", no "KLANDESTINO", e no "The Braganza Mothers" )

domingo, 1 de junho de 2008

O rapazola

Enquanto arrumava papelada antiga cá em casa dei de caras com um recorte de imprensa que guardei (duma crónica de Alfredo Barroso de há anos) e que pelo seu conteúdo se revela interessante partihar nos dias de hoje.
Eis algumas partes:
"O Doutor Paulo Portas, que é presidente do CDS/PP (...) não quer que o Estado português seja "anticolonialista", nem quer que a Constituição da República consagre esse princípio, porque tem muito "orgulho na história de Portugal" e acha que "os angolanos, moçambicanos e os timorenses nunca sentiram o racismo que houve noutros impérios". Abaixo a Constituição! Viva o neocolonialismo!
A gente ouve, lê e pasma. Mas é verdade. Foi mesmo isso que ele disse, ao discursar perante o XIV Congresso da Juventude Popular (JP). Uma sigla que, curiosamente, me faz recuar até aos anos 60 do século passado, ao meu tempo de universidade, e me faz recordar o movimento fascista Jovem Portugal (JP), cujos militantes também tinham muito orgulho na história nacional, usavam matracas e eram capazes de se juntar aos agentes da PIDE e à polícia de choque na repressão das manifestações estudantis e na caça aos grevistas, todos indicados como "comunistas" e acusados de "traição à Pátria", por serem contra o Estado Novo e contra a guerra colonial. Para Salazar, todo o oposicionista era um "comunista"!
Nesse tempo, ainda o nosso "Paulinho das Glórias" usava fraldas e não podia saber, coitadinho dele!, da "mão-de-obra escrava", dos "negros aprisionados nas roças de café", da "aldeia dos negros ao lado da grande fazenda", dos "espancamentos de pessoas que tinham fugido", das "mães a chorarem por terem filhos doentes e sem qualquer assistência" - como oportunamente veio lembrar a doutora Maria José Morgado, que tudo isso testemunhou no Norte de Angola, em entrevista publicada (...). O "Paulinho das Glórias" leu? Orgulha-se desta história? E de massacres tão brutais como o de Wiryamu?
Já agora, por que não impedir que a Constituição consagre um sistema democrático e pluralista, se é certo que grandes páginas da história nacional foram escritas por monarcas absolutos, como D. João II, e ditadores brutais, como o Marquês de Pombal?! Por que não eliminar os direitos, as liberdades e as garantias dos cidadãos, se as fogueiras da Inquisição, a tortura policial e as masmorras da PIDE ajudaram a "alargar a fé e o Império"?! E por que não ressuscitar a comissão de censura para calar a boca a quem (...) "diz mal da invasão do Iraque quando temos lá jovens portugueses a defender os nossos valores e a quem chama forças ocupantes"?! Onde isto já vai! E ainda se admiram de ouvir que a extema-direita tem assento neste Governo!
Perante estas discursatas demagógicas, passadistas, reaccionárias e antidemocráticas do doutor Paulo Portas, o menos que se pode dizer é que temos pela frente um indivíduo adulto que pensa e procede sem maturidade". Ora, segundo o dicionário, um indivíduo que se comporta assim é um "rapazola".
(...)
As ideias políticas deste rapazola são perniciosas e perigosas para a democracia. (...) O discurso político reaccionário do doutor Paulo Portas é infectocontagioso. Há que denunciá-lo, para que não se transforme numa arma de destruição maciça."