segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

A Figura do Ano (ou do Século)


Num ano tão agitado como foi o ano de 2010 e mesmo a acabar este mesmo ano, o incontornável Julian Assange fica mundialmente conhecido e o seu site WikiLeaks associado a vários escândalos. O planeta fica demasiado pequeno para nele co-habitarem o próprio Assange e alguns visados. Quer se goste, quer se odeie, Julian Assange gravou marca! Aguardam-se muitas mais revelações... Até para o ano!!!

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Wikilikear é preciso; viver não é preciso





Imagem do Kaos


Dedicado a toda a equipa das "Wikileaks", os heróis anónimos da década, e a Julian Assange, provavelmente o mais importante bastião do Iluminismo, no séc. XXI

Fui daquelas pessoas, que, desde sempre, achou que o obama devia ir apanhar no pacote, ele mais a gaja que lhe faz as limpezas lá em casa, a clinton, que foi incapaz, em nome do carreirismo, de tomar a defesa do marido, e dizer que se estava zenitalmente borrifando para ele ser brochado pela outra bocarra guimarães americana, na sala oval.

Qualquer americano normal, independentemente das suas tendências políticas e sexuais, adoraria mamar, ou ser mamado, na casa branca, pelo que a inveja fica muito mal aos caráteres, e era aí que a madame clinton devia ter mostrado que era uma senhora, mas preferiu grelhar o marido em vida. Teve azar, e agora chegou a vez dela, porque esta porcaria em que a américa está atascada, por muito antiga que seja, e nós sabemos que sempre foi assim, vai custar ao caneco a reeleição, e ela vai coser meias, com um bocado de azar, as meias da palin, que será a fossa das marianas da política americana, mas eles merecem, e nós também, que ainda andamos a acreditar em pais natais.

Isto é o que corre lá fora, e corre bem, porque o séc. XXI andava a precisar de um novo paradigma de informação, aquele em que os cidadãos da globalidade, para lá das crises, dos impostos e de outras comodidades, passassem a ter direito a saber a verdade, e toda a verdade.

No fundo, a verdade nem é grande coisa, são umas larachas que toda a gente sabe, correm de boca em boca, nos cafés, e que são sistematicamente transformadas em boatos, mentiras, calúnias e difamações, por uns gajos e umas gajas sem vergonha, nem coluna vertebral, pagos para fazerem o frete, nas revistas, jornais e televisões.
Chamam-lhe órgãos de comunicação social, mas comportaram-se mais como pífaros do que como órgão.
Assange, o que preferia foder suecas a foder umas borrachinhas fedorentas, inventadas pelo cabrão do reagan, do joão paulo ii e da puta da tatcher, a par com uns soldados fartos de ficarem sem dedos, sem pernas e sem olhos, resolveu despejar cá para fora o que havia para despejar, quer dizer, a ponta do icebergue, porque o que aí vem é infinitamente pior, e não nos devemos esquecer de que, por muito "arrebenta" que pareça a linguagem dos telegramas de embaixada, eles foram teclados por gente do corpo diplomático, geralmente cordata, e com um nível de polimento, com a qual até me dou bem, excetuados os casos daqueles países párias, de pele escura, que tornaram luanda a cidade mais cara do mundo.
Na verdade, acho que não estaríamos preparados para as verdadeiras "wikileaks", faladas em língua de "liga dos últimos", das intimidades do "major", ou nas tonalidades em que o pinto da costa grunhe, quando está a fingir ejaculações. Isso, sim, seria, será, sórdido, e vai ser o episódio que se segue, como pessoa diria, a realidade da realidade, ou a as wikileaks das wikileaks,
dá b'jinho à bijou, dá bebé, bilou bilou bilou.

A síndroma de assange é muito semelhante ao murro no estômago que a fotografia deu na pintura: deve ter feito os intoxicadores sociais sentirem-se em risco de desemprego, já que toda a gente preferirá agora ler um semanário lançado pelo assange, ou email que circule, em spam, com as últimas, do que as escorrências sebáceas do "expresso", os gemidos da câncio, e as exaltações da clara ferreira alves.

Essa gente, para todos os efeitos, morreu, neste ano de 2010, e não deixa cá saudades nenhumas, ao contrário de outros espaços de informação, os famosos CINCO, que já deram a volta ao filme, e se aliaram ao novo estado de coisas (puexem lá pela cabecinha, e percebam por que é que o "expresso", nem que os cinco fossem dez, poderia ser escolhido para a... aventura.

Cheira mal, cheira a balsemão.


A "Time", ao não aceitar a nomeação de assange para homem do ano, automaticamente, transformou-o no homem da década :-)

Portugal, todavia, como país de castelos, também é país de fantasmas, e adora continuar a fingir que não percebeu que algo aconteceu, porque isto, para todos os efeitos, como diria o senhor kuhn, é uma rotura de paradigma, e depois de se ler um texto wikileakeado, acabaram os argumentos das prescrições, dos erros processuais, das nulidades das escutas, das provas que não são provas porque um gajo qualquer, a soldo da corja, decidiu que não eram provas, e tudo o que parece que é, e é, ao simplesmente ser, acabou agora com esses disfarces ridículos, esses contorcionismos da mistificação, e essa negação do evidente. Pode doer, mas está a ser transmitido em direto, e contra um direto não há quaisquer argumentos, meus caros amigos.

O séc. xviii gerou revoluções pela prosa. O séc. xix viveu revoluções pela música; o séc. xx foi de arrasto pelas brutalidades da pintura; o séc xxi anuncia-se ser revirado pela informação direta.

Por cá, e porque não me apetece wikileakear muito, coisa que já ando a fazer há anos, e a ser insultado e apodado de tarado e ordinário, só vos peço que prestem atenção às últimas danças de cadeiras do velho regime: à beira de eleições, com aquele mamarracho do aníbal, que dava um bom concorrente para o américo thomaz, e o alegre, uma rábula do solnado, mais o das enfermeirinhas e um que eu nem sei o que seja, mas deva não passar de um torresmo qualquer das sobras dos outros, à beira de eleições, dizia, um pântano, um vergonhoso pântano, que devíamos usar como momento de protesto, colocando a tal "república" (não escrevo bananas, porque estão implícitas...) na situação de república sem presidente, tal como naqueles concursos literários, onde, por falta de qualidade, se decide não atribuir o primeiro prémio.

É verdade que gostaria que, no dia 26 de janeiro, fosse título das imprensas mundiais que portugueses decidiram não eleger presidente da república, por falta de nível dos candidatos, entrando em período de sede vacante, com a maria a fazer de palhaço, em regime de duodécimos, mas, infelizmente, ainda não estamos maduros para isso, e os servidores do sistema, as vozes de comentadores, os construtores de manchetes, os desviadores de atenções, os miguéis sousa tavares, os marcelos... não... estou a ser injusto..., esse até está, embora maquiavélico, uns furos bem acima..., bom, "há dem" reparar como continuam a rebentar escândalos oportunistas, uns a beneficiar o aníbal, outros, o de vilar de maçada, e nunca nenhum a beneficiar-nos a nós.

Relembro que estou coberto de medalhas, na guerra contra sócrates, mas a minha guerra, a verdadeira guerra de todos os portugueses, a batalha de todas as batalhas, tem hoje um nome diferente, e é para aí que devem concentrar as vossas atenções, e wikileakear tudo o que tiverem para wikilekear até lá: dia 25 de janeiro deverá, por cidadania e respeito para com a nossa dignidade nacional, o dia de vexar o homem que nos destruiu as esperanças de modernidade, que assassinou a política e, sobretudo, o partido do qual foi bernardo-eremita, o psd, e tornou portugal na cauda da europa, quando o tempo era de mudança, e esperança, a última esperança de portugal.

Falo de aníbal de boliqueime, evidentemente.





sábado, 11 de dezembro de 2010

As Cavakileaks, ou o Cabrão de Boliqueime VII





Imagem do Kaos




Há as Cavakileaks literais, que são os chiliques do Aníbal, e as Cavakileaks figuradas.

Enquanto o Professor Lobo Antunes conseguiu fazer esconder, durante cinco anos, que o Sr. Aníbal podia ter umas cavakileaks literais, durante um almoço, um discurso à Nação, ou uma receção oficial, já os Franceses, no tempo em que ainda havia Política, se tinham insurgido contra o cancro da próstata de Miterrand, coisa muito bem disfarçada, mas que era totalmente irrelevante, porque pode ter-se cancro da próstata e ocupar a cabeça do Estado, mas não se deve estar em estado de "sofrer uns ataques", quando se representa uma Nação. Mais não vou dizer, porque dia 25 de janeiro, como há cinco anos atrás, vou resolver a coisinha, bem à minha maneira, aliás, desta vez, de uma forma bem pior... :-)

As Cavakileaks figuradas, ao contrário das anteriores são muito mais graves, e fazem-me lembrar o Livro -- de maus costumes, como dizia o cabrão do Saramago -- de Génesis: no Princípio era o Cavaco, e a partir de aí, foi piorando.

As Wikileaks, coisa que anda na boca de toda a gente, que só agora acordou para a Realidade Real, regem-se pelos jatos de ruído. As Cavakileaks, pelo contrário, são uma longuíssima sucessão de silêncios, que marcará os anos mais críticos da nossa pequena aventura democrática. Eu explico: sempre que há um problema, o Sr. Aníbal fecha a boca, coisa que, nós, Portugueses que pensamos, até agradecemos, já que se trata de um problema de saúde pública evitar que se espalhem perdigotos em todas as direções, ou as babas de caracol, tão ao gosto da cosmética atual, se acumulem nos cantos da boca de uma criatura que se faz anunciar como "Presidente da República". Da República de Boliqueime, suponho eu.

Antes de Guterres ter fugido, quando percebeu que isto era uma jangada de pedra de pedófilos, uma fundação generalizada da fraude e da corrupção, guerreavam-se duas figuras com estatura nacional, o Sr. Aníbal, de Boliqueime, e o Sr. Soares, de Nafarros. A diferença era que o Sr. Aníbal, sempre que não abria a boca, jorravam disparates, que lesavam, para sempre, Portugal, lá fora e cá dentro, enquanto o Sr. de Nafarros, sempre que soltava um chorilho de bojardas, fazia o "lá fora" pensar duas vezes, antes de ousar meter o pé cá dentro.

Presentemente, o "Lá fora" não só meteu cá os pés como meteu tudo o que tinha à mão, de maneira que isto se assemelha mais ao laboratório e de ensaios de todas as barbaridades previstas no Tratado de Lisboa, melhor conhecido por Tratado de Bilderberg, do que a um país.

Cada vez que houve um BPN, o Sr. Aníbal fechou a boca em forma de cavakileaks.
Sempre que surge um BPP, o Sr. Aníbal fecha a boca em forma de cavakileaks.

As cavakileaks governaram ininterruptamente Portugal durante 10 anos, quando o senhor Torres Couto criavamas formações fictícias do mete-dinheiro-ao-bolso, e eram ilibado, aliás, como caducava o Processo Beleza, fortemente rodeado de cavakileaks.
Sempre que a Agricultura era desmantelada, e substituída por subsídios para comprar Land-Rovers e árvores de plástico, ou plantar eucaliptais, havia um enorme silêncio cavakileakal.
Quando os barcos de pesca recebiam ordem de abate, mais se pronunciavam as cavakileaks, de boca completamente fechada.
Era mau, assistir à destruição da Indústria, ao som das cavakileaks.
Quando Eurico de Melo, o Ministro da Defesa, era envolvido num escândalo de pedofilia, lá se silenciava mais uma cavakileak, e assim sempre foi, e assim sempre será, até ao consumar dos tempos.

Todos os silêncios do Aníbal são a longa narração da nossa ruína.

Depois de 15 anos de cavakileaks, Portugal está a beira da Bancarrota, por atos cometidos por, ou à sombra, desta criatura, mas da sua fossa de perdigotos só se ouve que "os Portugueses têm de ser mais exigentes".

Acredite que vou ser, no dia 15 de janeiro, em que me vou lembrar de uma vagabunda corcunda, a enfiar, como Calpúrnia fazia, com César, um bastão de marfim na boca, sempre que o Ditador tinha um ataque de epilepsia, e vou sobretudo, não votar naquele cavakileakeiro que esteve de boca fechado, no dia em que o facínora Dias Loureiro mandou, na Ponte, disparar sobre os Portugueses.

Será a minha cavakileak: sabotar, silenciosamente, a reeleição do Vacão de Boliqueime. De nada nos servirá, mas consola, pelo menos, para os próximos 5 anos, saber que serão os últimos em que ele poderá destruir Portugal, se lá chegarmos.
Poderemos, então, dizer que a nossa Democracia foi gangrenada durante meio salazarismo, por um pós salazarista, cavalikeado e azarado.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Cabrão de Boliqueime VI, como doloroso epitáfio de Ernâni Lopes








O país é o que é, e nós somos o que somos, e a mais não aspiramos do que ter o que merecemos. Cansa-me remexer no passado, sobretudo quando o presente está no estado em que está, mas como só se morre uma vez, não quereria deixar em branco aqui o passamento de ernâni lopes, por muito pouco que me interessem, enquanto gastador, todos os exegetas da poupança.

Enfim, se for ao caixote do lixo, lá encontrarei um tempo em que o país, como agora, estava completamente falido, e os dois partidos do centrão, num soar de alarme do salve-se-quem-puder, resolveram deitar mão a tudo o que era artifício, para salvar a situação. Compete-me dizer que, com todos os defeitos, o palco da política ainda era ocupado por figuras de primeiro plano, e não pelas pendurezas da atualidade.

Se não me engano, andava por aí o FMI, o senhor mário soares apanhava nos cornos dos comunistas... não, isso acho que foi depois, mas pronto, isto é ficção, portanto, foi nesse tempo, e houve um luto, que foi morrer o dirigente do psd, mota pinto, uma figura apagada, mas que tinha percebido que, em tempo de vacas magrérrimas, mais haveria que esquecer as semelhanças e as diferenças, e apostar numa salvação nacional. Imperava nas finanças ernâni lopes, que resolveu trocar parte do subsídio de natal das velhinhas, das de meia idade e das novas por umas merdas chamadas títulos do tesouro, como se isto tivesse assumido, de vez, ser um navio de piratas, e haver uma arca de maravilhas, no final do arco íris.

Não havia.

Pelo que reza a história, ou as conveniências do revisionismo da história, a visita do fmi, pela mão de uma Teresa Ter-Minassian, que abria as pernas como um mealheiro, com uma audácia que nem a câncio com os rafeiros da rodrigues sampaio, conseguiu que este amontoado de gente equilibrasse as contas públicas. Deveu-se o facto à estatura com nível mundial de mário soares e às minúcias de equilibrista e brilhante técnico de ernâni lopes.

Para quem detesta futebol, aqui vai uma velha máxima, que era a de não se dever mexer em equipa ganhadora. Todavia, o psd, especialista em dar o cházinho da meia noite aos seus dirigentes, tinha acabado de apanhar com o luto de mota pinto, e o sr. soares, a mesma velha rata corrupta e manhosa que ainda hoje continua a ser, tentou assegurar o governo, pensando negociar um prolongamento do centrão com o possível líder seguinte do partido liberal, que, por cá, cá se intitula de "social democrata".

Esquecia-se ele de que somos um povo traiçoeiro, e de que trazemos sempre junto ao coração um pequeno grande salazar, e, quando o XII congresso se reuniu, com a expectativa da eleição de joão salgueiro, para acasalar com a mana gorda soarista, ainda ninguém imaginava que ali vinha a caminho um viralatas, ressentido e provinciano, desde a sua vila mariani, no algarve, com uma infância à antiga portuguesa, de porcos no andar de baixo, e uma família de bigode no andar de cima, trazer um bafo de boliqueime aos litorais da figueira. A novidade, parece, é, para além dos porcos, tinha uma bomba de gasolina estacionada à porta de casa, coisa que, como ainda hoje em dia, na jijajoga da especulação dos combustíveis dá jeito, permitiu ao aníbal pai, um saloio das feiras que deus nosso senhor, graças a deus, já levou para junto de si, amealhar um pequeno pé de meia.

Cavaco foi de citroen para a figueira, onde atraiçoou a obra de ernâni lopes, deu a facada no soares e na memória de mota pinto, e encheu a sala de perdigotos tais que convenceu, de vez, aquela matilha, que são os barões do psd, de que era o homem indicado para o lugar.

Não era, e assim se iniciou o presente ciclo de desgraça do país.

Usando uma linguagem muito típica da época, o aníbal tinha um "fascista" escondido dentro dele: tinha jurado à pide ser corno manso com o ancien régime, e que "estava integrado no salazarismo".

Esse, aliás, é um dos problemas que a futura cavaquística, a ciência do desastre nacional, deverá submeter a exegese, um pouco à moda de são tomás de aquino, através da questão "de que modo as expectativas goradas de uma mente estreita vir um dia a integrar a nomenklatura de um regime, que foi abalado por uma revolução, se refletirão em sucessivos solavancos de ressentimento e distorsão da personalidade, de um indivíduo que passará o resto da sua vida a fingir que, de facto, não preferia a comodidade da prateleira do totalitarismo a uma democracia?..."

Esta é a questão existencial do sr. aníbal, e dela nunca se livrará, por mais campanhas e branqueamentos que tente.

Quando o sr. aníbal atraiçoou o seu partido e o sr. soares, era uma criatura que não sabia que havia europa: a sua europa era um quintal em boliqueime e um estágio passado numa cidade de província inglesa, de onde tinha vindo acautelado com um canudo em obsolescências financeiras, dado pelos ingleses naquele espírito do "coitadinho, vem do terceiro mundo, vamos deixá-lo voltar para lá com alguma coisinha...", e ele lá voltou, arrogante, ignaro e ultrapassado, para mal dos nossos azares, de então, de agora, e de todos os futuros.

Ao contrário de soares, que, sempre que mentia, utilizava um tom internacional, o sr, aníbal, de cada vez que tentava ser moderno, abria a boca e saía-lhe um arroto de poço de boliqueime, babado aos cantos da boca, apesar dos esforços de educação da dicção, pela glória de matos, e sempre transpirado das mãos, como ser cobarde que era, e se fazia transportar numa viatura blindada, como se alguém se desse ao trabalho de gastar um cartuxo de caçadeira num pato bravo daqueles...

O resto da história já vocês sabem, e culmina nestes dias de desastre de dezembro de 2010, em que um dos grandes carrascos da nossa economia, cultura e finanças se arvora no avôzinho protetor do povinho apavorado.
Objetivamente... puta que o pariu, porque já lhe tirei o retrato há muito, talvez no dia em que traiu o esforço de ernâni lopes, e mostrou que a chico-espertice nacional vale todas as minúcias e sacrifícios de técnicos honestos e servidores da coisa pública.

Cavaco não era, nunca foi, um político, e, quando arribou, já vinha com uma enorme corte de milhafres, pronta para pilhar o património europeu dos portugueses. Se fôssemos um povo, e não um ajuntamento de pessoas, já lhe deveríamos ter escrito o epitáfio há muito, e identificado o programa do país ideal: está todo na galeria fotográfica de maria cavaco silva, um caso de estudo para os futuros cronistas e etnopsicanalistas do nosso tempo, em que se verá como um par de jarras fora de prazo sonhava com um país de mongolóides, enjeitadinhos, pobres, aleijadinhos, inválidos, mas sempre com um brilho de olhar e iluminação, de quem recebeu a benção de ter estado, por um instante que fosse, perante os kennedys de boliqueime, a epifania das epifanias, uma espécie de porteiros de província, que resolveram abancar à porta de um país de glorioso passado, para o travarem para sempre.

Para mim, enquanto esteta, o fotógrafo que criou aquele espaço de horror devia ser imediatamente demitido, mas isto é só um àparte.

Por fim, para que o texto desça da ficção à autópsia, eu diria que, no fenómeno cavaco há um misto de síndroma de peter pan, onde um povo, coletivamente, decide demitir-se das suas responsabilidades, e assumir ser, para sempre, estúpido e infantil, e sempre sob a tutela de um salazareco qualquer, a ter de ombrear com as consequências e custos da sua maturidade. Nós nunca somos culpados, porque a culpa é sempre dos outros, geralmente, dos "políticos", onde corremos a votar, logo a seguir à falsa lamentação.

A outra metade da síndroma é ainda mais sinistra: é claramente a síndroma de estocolmo, de que sofria aquela estúpida austríaca, que era comida e emprenhada pelo pai, no fundo de uma garagem, e que, quando foi libertada e se tornou celebridade nos focos de escândalo mundial, ainda veio dizer que até sentia uma certa ternura por ele (!)

A nossa história, só deus saberá desde quando, é uma espécie de enorme síndroma de estocolmo, que leva a que nos... (este "nos" não me inclui, nem aos meus leitores)... que, como "solução" para o dia seguinte, nos encostemos sempre ao carrasco da véspera mais próxima.

Quase 900 anos disto cansam, sobretudo, quando são incarnados por figuras de baixo coturno, como aníbal e sócrates.

Não queria deixar de terminar com uma palavrinha dedicada ao falecido, infelizmente para dizer que, também ele, talvez já não na plena posse das suas faculdade, se deixou apanhar no vórtice estocolmiano do sr. cavaco, integrando a comissão de honra (!) da sua candidatura presidencial, como se alguma honra houvesse no penoso penar do algarvio pela desonra nacional, sobretudo nesta fase terminal, em que nos arriscamos a ser vítimas de uma estrutura idiossincrática anómala, que talvez nos possa custar a independência, em todas as suas faces, facetas e prismas.

Paz à sua alma, já que a nossa muito pouca virá a ter, até que o cancro de boliqueime morra, ou degenere, de vez, neurologicamente.

(em tempo de trevas, no "arrebenta-sol", no "democracia em portugal", no "klandestino", no "uma aventura sinistra", e no desventurado "the braganza mothers")

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O Dia da Dependência, servido com Bacalhau à Wikileaks





Imagem do Kaos


Dia 1 de Dezembro é um dia importante: foi o dia em que deixámos de estar na dependência de España para nos entregarmos à dependência de povos diferentes, e mais distantes. Desde então, Conhecemos vários beija cus, desde a França, à Inglaterra, e, mais recentemente, à Alemanha, da Bruxa Merkel, e a países de elevado nível de civilização e liberdade, como a Venezuela, Angola ou a China. A esmola timorense foi um ato de ternura, e espero que vos faça soltar uma lágrima, como a mim, na altura, fez.

O desastre português, inaugurado com D. João III, prolongado em Alcácer-Quibir e gerido por uma das famílias reais mais inaptas da nossa História, os Braganças, nunca mais parou, descendo a rés do chão indescritíveis, como Afonso Costa, Salazar, Aníbal de Boliqueime e esta penosa figura de agora, chamada José Sócrates.

A única coisa positiva, neste início do séc. XXI, é que a História vingou-se, e a União Ibérica faz-se todos os dias, nos balcões da Zara, nos voos com escala obrigatória em Madrid, e naquele nosso esticar de mão, para os produtos mais baratuchos do "El Corte Ingles".

Adiante, que para trás mija a burra e a Maria Cavaca.

O facto mais importante, por mais que nos ponham 20 minutos de Mourinho nos telejornais, e da última bostada do Mia Couto, é o evento "Wikileaks". Assumo que senti o evento de dupla forma, uma, enquanto cidadão do Mundo, a segunda, quando se provou que, afinal, a linguagem diplomática não andava muita distante da utilizada no nosso "Wikileaks" nacional, a rede de blogues onde este texto está a ser publicado, aliás, como não andava distante do modo como a corja que nos destrói os destinos se expressava, quer nas "Escutas do Casa Pia", quer no "Apito Dourado", ou no "Face Oculta". Sendo mais direto, a personagem "Arrebenta", a escrever, parece a Branca de Neve, quando os Senhores do Mundo abrem a cloaca.

Para quem aspirava a uma libertação, ela fez-se sem qualquer violência: bastou pôr tudo, ou quase tudo, a nu, como, em tempos, as televisões faziam, quando prestavam serviço sério, e não passavam o tempo em programas idiotas, como os "Big Brothers" dos oligofrénicos, ou os oligofrénicos da Clara Ferreira Alves e quejandas.

O Mundo futuro, já que nos querem retirar a ilusão da abundância, e substituí-la por uma servidão à chinesa, obriga a uma transparência dos bastidores: não queremos acólitos engravatados, e muitas vezes cheios de coca, que, mal viram as costas, falam como carroceiros e badalhocas de esquina da média luz. Toda a gente sabe que é assim, e que analfabetos que dizem "há dem", como o Jorge Coelho, ou que nem "há dem" sabem dizer, como o Armando Vara, o Fernando Gomes, a Cardona, o Mourinho, o "Major", a Câncio, enfim, essa infinita parafrenália de fantoches com que nos tentam impingir uma realidade politicamente correta, são uma encenação visual, para impedir que acedamos aos verdadeiros circuitos decisórios.

O Diretor do "Sol", se bem estão lembrados, foi vexado, num interrogatório, à antiga salazarenta, por ter deixado subentender que havia umas escutas, proíbidas (!), onde o Vara e o " Chefe", Sócrates, se tratavam de filho da puta para baixo, a Ferreira Leite era a "Bruxa", e aqueles mimos de taberna, e da liga dos últimos que nos querem fazer crer alheios à Classe Política, Acontece que não são, e, enquanto nós praticamos aqui o vernáculo de uma maneira erudita, eles praticam o reles de uma forma continuada, querendo lançar o anátema sobre quem os desmascara.

Esta explosão de realidade só espanta quem não frequenta certos meios os ou meios de quem os frequenta. Somos governados por uma corja reles, sem princípios, com uma mentalidade ao nível da linguagem que pratica, e capaz de tudo, por todos os meios, de qualquer forma, enquanto nos entretêm com palhaços regiamente pagos para nos manterem distraídos, Mourinhos, Obamas, Brunis e gorgulhos afins.

A mim, a quem já nada surpreende, exceto encontrar alguém que, de facto, exercesse uma rotura com este estado de coisas, cada vez mais me limito ao posto do espectador. Cansa-me escrever num Mundo assim, porque é estar a lutar contra uma ribeira dos milagres, permanentemente poluída por descargas de dejetos de suínos. Acontece que estes suínos determinam, diariamente, a degradação dos nossos índices de conforto humano e social. Os Wikileaks, como um Segundo Renascimento, deixam entrever um espaço de transparência global, mas isto já sou eu a sonhar: amanhã, já estaremos, de novo, a acreditar que a Senhora de Mota Amaral é uma virgem consagrada, que o BPN é um banco sério, porque até o Sr. Aníbal lá tinha aplicações, e que o Agente Técnico de Engenharia ter um diploma passado num domingo é uma mera invenção de blogonautas alucinados

Ou é amnésico ou merece um Oscar!

Cavaco Silva afirmou que " Podemos voltar a ser um País respeitado!"
Ele que foi o pensador e o obreiro do descambe, o arruinador da Nação pós-25 de Abril! É preciso ser muito descarado! Grande actor!