sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Menos 100 000 funcionários públicos, ou menos... 100 zeinais bavas?...

N


imagem do Kaos


Eu gosto muito do Vítor Gaspar, faz-me lembrar o séc. XVIII, na fase dos autómatos, em que uma caixinha se abria, e tocava um minueto, ligeiramente obsoleto, e as senhoras soltavam ais, enquanto colocavam pó de arroz sobre peles francamente ressequidas, e o autómato rolava os seus pingos mecânicos do dó ré mi.
A droga, como toda a gente sabe, mata, mas isso nunca me preocupou, desde que não me mate a mim, e está a acontecer que os comprimidos do sr. Gaspar, tal qual as injeções contra as perturbações neurológicas do sr. Aníbal, estão-me a começar a chatear. Eu sou ligeiramente manso, taurino, até ao momento em que a mostarda me começa a chegar ao nariz, e já chegou, quer dizer, eu até tenho escondido isso, mas já chegou há muito tempo.

Quando o Vítor Gaspar põe aquelas protuberâncias de mocho cravadas na televisão, porque ainda ninguém lhe explicou que não piscar os olhos é uma coisa grave, e pode secar as delicadas mucosas da visão, e depois de cravar as olheiras nas câmaras, começa, monocordicamente, a debitar umas certezas, porque, em Portugal, não existe o juízo de valor, e as verdades "financeiras" são evangélicas, e, até, acima das causas naturais, e dos milagres da fé, ainda se posicionam as certezas do discurso das "contas", eu tenho tendência para adormecer, e só não adormeço porque considero francamente grave e preocupante que um país inteiro se esteja a deixar governar por uma sobredosagem de antidepressivos, cuja marca e posologia desconheço, e que escondem uma oculta derrapagem, aliás, uma colossal derrapagem do equilíbrio mental comum.
O meu amigo Pedro Paixão fazia o mesmo, quando ia para defronte das câmaras fingir a sonolência que deveras tinha, e que as secretariazinhas e as operadoras de caixa do "Continente" confundiam com génio, aliás, numa métrica e numa regra de três simples, muito semelhante aos leitores de Saramago e do Miguel Sousa Tavares.

Os Portugueses de Lineu, raça pouco culta, enveredou agora por um novo misticismo, muito parecido com a hipnose pítica, e a angústia dos oráculos de Delfos, e sempre que o mocho aparece na televisão, com as órbitas completamente esgargaladas, num nível de inflação que qualquer optometrista consideraria grave, o ignaro da bica e da bifana junta-se ao diplomado da Lusófona e ao eleitor do Isaltino, e fica em transe, posto que daquela boca, com aquele lento m_a_s_t_i_g_a_r de sílabas, e aquele entorpecimento, estudado desde os rituais de hipnose dos mestres de Freud, só poderiam sair verdades bíblicas.
Para mim, pagão profundo, não praticante, respeitador de todos os cultos, exceto da idolatria da santa com cara de saloia, não consigo ver no Gaspar mais do que um Constâncio sem centésimas, já que este é menos subtil, e ataca mais com a estratégia do grossista, estilo Makro, enquanto o outro pensava que vivia nas subtileza das balanças de farmácia, a acabou por acobertar todos os crimes financeiros deste país, com o BCP, o BPP e o BPN à cabeça. Para os adoradores de Vítor Constâncio será muito difícil engolir que eu acho que ele devia ser pendurado pelos pés, e receber um tratamento à iraniana, até que perdesse a vontade de falar em centésimas, e ganhasse voz grossa de homens, daqueles a sério, que fazem gargantas fundas com o Bonga, mas é isso que eu penso, e, portanto, deixo o meu humilde testemunho aqui, para memória futura, ou, quiçá, mais próxima do que se pensa.

Há os adoradores do Vítor Gaspar e o templo de Medina Carreira, onde as senhoras da classe média alta vão acender círios e deixar mãozinhas de cera, em louvor da voz profunda da desgraça, quando o Medina Carreira do que gosta é de festas e se está zenitalmente borrifando para o que acontece, conquanto lhe paguem, a metro, o agourismo. No templo ao lado, venera-se a Vénus Minorca, também conhecida pelo Mister Magoo, o célebre Marques Mendes, uma invenção do pedófilo Eurico de Melo, na fase em que ainda linguava os meninos, sem ajuda de calçadeira. Os cavalheiros do whisky de centro esquerda adoram o Deus Sousa Tavares, nascido diretamente de uma cópula de Neptuno, disfarçado de nuvem de coca, com as ninfas perimélides. A semideusa Constança Cunha e Sá divide o altar com a nula Helena Matos, onde se cultua o neopauloportismo, uma gnose nascida do gin tónico do mirmitão Vasco Pulido Valente com a ambição de arranjar um lugarzinho na bancada do PSD, daquela lontra que era toda "Blasfémias", antes de se entrapar no Sistema, de onde, aliás, nunca saiu, nem pretendeu sair.

Esta nova Roma é cheia de templos, com a diferença da antiga, de que parecem currais do interior profundo, onde os deuses não passam de suínos e os seus adoradores filhos de uma longa geração de impreparação para o juízo crítico, que começou com a Santa Inquisição, se apurou com Salazar, e teve o seu ponto mais alto (?) com aquele oráculo que nunca tinha dúvidas e raramente se enganava.
Aliás, creio que ele estava tão certo que sabia, de forma certeira, que iríamos chegar aqui, quando desmantelou o tecido produtivo português e nos transformou numa enorme máquina ignara, de importação dos subprodutos do Hemisfério Civilizado, que, hoje em dia, se converteu num pequeno sonho de lojas de chineses, tal como Obama converteu o Sonho Americano no Sonho Mexicano, e, e, e, e... já vão com muita sorte.

Aquelas célebres equações da Economia, que sempre me fizeram dar enormes gargalhadas, como a do Produto Interno Bruto, na ótica do rendimento: PIB = remunerações do trabalho (?) + excedente bruto de exploração (?) + Impostos (?), que é uma coisa lindíssima, já que, explicada aos espectadores dos programas da Teresa Guilherme, equivale a dizer que é uma pescadinha de rabo na boca -- em Matemática, chamamos-lhes "iterativas", já que o termo posterior pressupõe a presença ativa do anterior... -- ou seja, que aquilo que a velhinha ganha é igual ao que a velhinha recebe mais uma percentagem do que a velhinha está a receber.

Do ponto da correção filosófica da "Definição", o objeto a definir, em caso algum deverá fazer parte da definição, caso contrário, entramos em ciclo, o que acontece com todas as fórmulas miraculosas destas receitas financeiras, já que o que é avaliado e previsto tem sempre uma costela caótica onde a entrada faz viciada parte da saída.

É evidente que estes gaspares e gaspachos afins nunca questionaram as suas miseráveis equaçõezinhas, porque é esta permanente repetição do erro, que na Terceira Escolástica, em que permanentemente estamos imersos, todos os astros continuam a girar em redor da Terra, e serão sempre acrescentados epiciclos, de modo que este ptolomeísmo plebeu não se perca.
Evidentemente, já nem falo da Constança, da Matos, ou daquela que parece o Yeti, cujos restos finalmente foram descobertos, na Sibéria, e são um cruzamento da Inês Serra Lopes com a garagem do sósia do Carlos Cruz, mamar é viver, mas dos gaspares, ganzados e monocórdicos, que estão a destruir o que ainda restava de irreverência.
Acontece que talvez não estejam, e toda esta boutique fantasque esteja a anunciar o tal colapso civilizacional por que tanto se ansiava, e que já deve estar a caminho, a reboque da carcaça do Kadafi, e da Semente do Diabo, nascida fêmea, do ventre da varoa Carla Bruni.

Para quem não percebeu, até agora, nada do que eu escrevi, eu vou passar aos exemplo: quando um anormal, gaspar, ou afim, prevê um aumento das receitas nas portagens, baseando-se no fluxo estatístico de veículos que circula(va) na estrada, esquece-se de que, mal aumente as portagens, se arrisca a que as pessoas, ou andem menos, ou vão por caminhos alternativos, pelo que a bela do seu aumento de receita se traduzirá, de facto, numa diminuição de entradas de capitais. No consumo, é exatamente o mesmo, porque vossa excelência aumenta a taxa, e o comportamento saudável do taxado é passar a consumir menos, ou nada. Em termos práticos, e adotando aqueles clamores das centrais sindicais, isto, a curto, médio e longo prazo, leva a um aumento exponencial do desemprego, da miséria, e do retrocesso civilizacional, em suma, ao "Pügrèsso", de que a mais alta autoridade nesta derrapagem, Aníbal Cavaco Silva, se empenhou, desde que era "Timoneiro", em 1986 e seguintes.
Claro que dizer isto ao Vítor Gaspar, quando está com as olheiras fixadas nas câmaras é mentira, porque, entre as cátedras e o deslizamento das cátedras para os catecismos da Demagogia, que enforma a Política, é só um empurrão, geralmente "independente", porque os sistemas partidários adoram queimar os independentes, sempre na esperança de que o anormal típico do voto na urna não confunda os graves erros das legislaturas com a pureza e o purismo das ideologias que ocupam os lugares de decisão. Todas as sombras precisam de rostos, e os independentes sempre foram os rostos destas permanentes sombras.
O último oráculo do sr. gaspar dizia que, ou era isto, ou 100 000 funcionários públicos para a rua, eu repito, em tom ganzado de vítor gaspar... 1_0_0   0_0_0   f_u_n_c_i_o_n_á_r_i_o_s    p_ú_b_l_i_c_o_s para a rua, e eu vou-lhe dizer, com um tom ligeiramente menos ganzado, mas infinitamente mais assertivo, que ele experimente substituir, na sua miserável equação falida, 100 000 funcionários públicos por pôr na rua uns, vá lá, assim por alto, 100 zeinais bavas, e chegará às mesmas economias. Creio que o país respiraria melhor, e até faria a sua pequena catarse, sem precisar de nenhum "presidentcídio".

Para que não terminemos em tristeza, vamos trazer para aqui uma pequena alegria, de que os Portugueses se esquecem, ou ainda não notaram: o país, outrora de Henrique e Da Gama, é agora da carapinha Dos Santos, que, esperemos que seja só um arranjo de armazéns, porque, mal começou a ser referida como criminosa, e a invadir os motores de busca com o "novo iate de Isabel dos Santos", nos blogues do "SOL", levou a que todos os blogues do "SOL", entre causas naturais e milagres da fé, se... apagassem, de um dia para o outro, como poderão aqui confirmar.

Talvez voltem, ou... não, afinal, como com o Kadafi, tudo depende da... carapinha :-)
L'important c'est la carapinha.

(Quarteto dos bavas, no extinto "Arrebenta-SOL", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e no não carapinhável "The Braganza Mothers")

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