quarta-feira, 15 de maio de 2013

Berlim, ou a história de um Muro que caiu ao contrário, seguido da Santa com Cara de Saloia, que punha a Troika a ver o solzinho a dançar, ó, ó, se punha, a Troika... e não só... :-)




Imagem do Kaos


Para quem tenha a memória curta, ou ande entretido com as anomalias futebolísticas, no dia 9 de novembro de 1989, perante o desmoronar da ficção do "Leste", o Muro de Berlim foi desmantelado. 

Para os mágicos, imersos no pensamento iluminista, nos quais me incluo, foi um grande passo para a liberdade dos povos, e um enorme salto, na História da Humanidade.

Ainda para mim, colecionista, nefelibata e homem de "recuerdos", tenho ali um fragmento, protegido por acrílico, entre um catálogo de Max Ernst e as Catedrais dos Plantagenetas, um fragmento do Muro, testemunho que me trouxeram do lugar onde não estive, embora esses lugares não tenham sítio, mas espaço no imaginário coletivo, e ele aqui está.

Sou muito mau para contas, e nem sei quantos anos passaram, desde esse dia inesquecível, em que os Alemães de Lá se juntavam aos Alemães de Cá. O custo financeiro da reunificação foi um esforço brutal, que deveria fazer lembrar ao Estado Alemão que ninguém deveria ser obrigado a pagar os seus acidentes históricos, e creio que isso é um bom argumento para lhes perguntar agora quanto custou, e se também cortaram nos pensionistas, para poderem voltar a ouvir Bach, em Leipzig.

A queda do Muro era uma metáfora do fracasso das ideologias, enquanto condutoras da História: a imaginação, o livre arbítrio e a capacidade de guiar sem cartilha, como Voltaire ensinava, atiravam para o caixote de lixo dos eventos a história de um gajo que maltratava a mulher, Marx, mas, em contrapartida, fornecera uma formidável grelha hermenêutica para os processos das más práticas sociais.

Acabou em Sibérias, Gulags e degolados.

O mau Capitalismo -- como se o houvesse bom -- ficava entregue a si mesmo, e o mundo civilizado, gerido por criminosos da estirpe de Reagan, Thatcher, Cavaco ou João Paulo II, já não se precisava de se revestir das rosas promissoras das sociais democracias nórdicas e podia avançar, livremente, para as mazelas dos sem abrigo, dos bancos especuladores e dos colchões da ultramiséria, da albanesa de Calcutá.

Desde então, o mau mais não fez do que tornar-se péssimo.

Como se costuma dizer, muitas vezes o que mantém vivo um adversário é a oposição. Desaparecida a oposição, engorda, cria varizes, e acaba em AVCs. O Capitalismo presente está nessa avançada fase de calcificação do útero, que nem Marx poderia ter previsto, mas a estupidez humana, infinita, muito para lá dos infinitos de Pascal, conseguiu refinar.

Historicamente, e já que o Tempo colocou o patamar de reflexão necessário para as primeiras notas de rodapé, o que verificamos é que os vencidos da queda do Muro, travestidos de todas as formas e cores, se implantaram por toda a parte, e estão a gangrenar o Mundo. A Europa, sempre velha nessas cavalidades, dá o exemplo: não há um único cão, que tenha lido o célebre "Livrinho Vermelho", do Camarada Mao, que não esteja agora bem empoleirado, num camarote qualquer do Liberalismo, do Ultraliberalismo, ou do simples deixa-andar. O exemplo acabado é o renegado, o do curso do Apto e Não Apto, Durão Barroso, o ladrão dos móveis da Reitoria, que chegou a Presidente da Comissão Europeia. Não fosse o cargo morganático, e nominalmente indicado pelo Príncipe das Trevas, Kissinger, responsável pela ascensão e ruína do Pós Guerra, e poderíamos estranhar, mas, hoje em dia, já não estranhamos nada, absolutamente nada.

Merkel, uma cadela de Leste, habituada a conduzir carros em forma de cartuchos de amendoim do tempo da minha avó, e a roer côdeas de pastor protestante, cujo único alimento eram as côdeas e a mulher do pastor, quando para isso lhe dava, aparece agora, na sua biografia renegada, como chefe  de propaganda do ranço germano-soviético, herdado da Guerra Fria.

Das erste Leben der Angela M.”, uma promissora boa merda, apresenta a rafeira como secretária para a propaganda e agitação (!) da juventude do faz de conta, do lado de lá. Se fosse de cá, era tão bom como ter gerido a Mocidade Portuguesa, ou ser a Menina Goebbels, do austríaco de má memória.

Acho tão maravilhoso que nem comento, já que insiro isso na história do iate do Garcia Pereira, "que gosta de espairecer", ou nas biografias do Cunhal, de outro maoísta renegado e obsceno, Pacheco Pereira. O Maoísmo também fica bem ao vigarista Jorge Coelho, assenta que nem uma luva na Maria José Morgado, no Henrique Monteiro, do "Expresso", e de uns tantos outros cromos afins, para já não falar do pior de todos, o "Apto" Nuno Crato, para quem o Paraíso estava na Albânia maoísta.

Ele que meta o Camarada Henver Hosha na peida, e volte a vender o cu no "Tagus Park", já que quem vende o cu uma vez, vende duas ou três.

A verdade é que os cromos somos todos nós, que engolimos a pílula sem perceber o que lá estava agora, porque esta gente nunca se tratou, nunca se retratou, e só piorou, ou seja, o Muro de Berlim, que supostamente, tinha caído de cá para lá, subrepticiamente veio a mostrar-se que tinha era caído de... lá para cá, já que esta enorme lista de renegados, que tratou de ocupar todos os postos chave do Ocidente tem, como programa uma sinização da Europa, ou seja, importar para as sociedades burguesas do Hemisfério Capitalista o velho modelo de uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma, que traduzia a miséria típica das sociedades devastadas pelas múmias leninistas, estalinistas e maoístas.

Não nos faltava mais nada do que termos, no início do séc. XXI, de papar com os padrões de nivelamento por baixo, do Camarada Mao, ou com os padrões de miséria do Camarada Brejnev, com novas Nomenklaturas, por cima, sustentadas por bancos ao serviço de retortos arrependidos.

Torna-se claro que chegou a hora de os povos livres do Ocidente correrem com essa corja toda, e virem para a rua fazer fogueiras com os restos embalsamados do Lenine, senão, qualquer dia, andamos todos de Livrinho Vermelho na mão, a conduzir trotinettes de Berlim-Leste e a saudar o Camarada Jung-Il, como Grande Líder da reforma do Estado.

Felizmente, há luar, e nós, por cá, como Salazar dizia, somos mais modestos: temos a sétima avaliação da Troika a ser benzida em Fátima, como diz o Alarve de Boliqueime, o que nos abre enormes janelas de esperança. Não sendo eu sabedor do Dogma, e ignorante das hierarquias, tendo a sétima sido avalizada pela Santa com Cara de Saloia, a oitava já deverá passar pelas asas do Espírito Santo, e a nona por Deus Pai, e não havendo nada de mais alto, e tendo isto descido a um nível destes, não será de estranhar que apareça um daqueles que se passou, há 100 anos, e abateu o Sidónio, a inspirar-se, para nos acabar, de vez, com esta vergonha e este pesadelo.



(Afinal o Muro de Berlim era... para nos proteger, no "Arrebenta-Sol", no "Democracia em Portugal", no "Klandestino" e em "The Braganza Mothers")

1 comentário:

luis reis disse...

O maior.....pimba dá-lhes.